Ora, liderança diz respeito à mudança, à condução de uma organização ou de um grupo de pessoas. Um líder é alguém capaz de tirar um grupo de onde ele está e levá-lo aonde deveria estar. Ele ajuda as pessoas a entenderem os porquês e o que devem fazer para chegar à liderança.
Por isso, tanto os profissionais de cargos de chefia quanto seus colaboradores precisam saber tomar decisões, pois nem sempre haverá um superior por perto, em momentos de deliberação. Muitas vezes, liderança não é uma das escolhas a se fazer. É a única opção. Geralmente em tempos de crise, quando existe algum risco, precisamos assumir o que chamam de nossas responsabilidades, precisamos ser ágeis, capazes de comunicar e antecipar os acontecimentos. Crises têm sido uma constante em todos os âmbitos, por isso não é bom que sejam vistas como catástrofes; mais adequado seria que as considerássemos como um momento de crescimento.
Um notório professor de Recursos Humanos, José Agulhô, ao falar de nossa capacidade de liderar nos apresentou o seguinte conceito: “(...) temos que aprender a nos conhecer, a gerir nossos atos, aprender a gerir-se primeiro”.
Esse talvez seja o maior desafio do líder em tempos de mudanças: conseguir gerir-se e ajudar seus colaboradores a fazerem o mesmo.
Os líderes de amanhã precisarão gerenciar o presente, esquecer as coisas do passado de maneira seletiva e procurar ter combustível suficiente para o futuro.
O negócio atual precisa ser protegido e a organização deverá ser conduzida para um mundo totalmente novo. É importante entender que nestes tempos de turbulência o conhecimento tem prazo de validade cada vez menor. E como disse Alvin Toffler: “Cabe aos gestores identificar quais necessidades precisam ser tratadas primeiramente”.
Antigamente, existia o modelo de gerenciamento através do modo “comando e controle” de dirigir uma organização. “Comando e controle”, baseado na mentalidade militar, eram apropriados até os anos 80, num clima social diferente e num ambiente empresarial estável. Ora, essa estabilidade acabou e o que existe é um ritmo frenético de mudança. No seu lugar surgiram novos valores como auto-estima e responsabilidade individual.
Os líderes de hoje terão que destruir as barreiras erguidas pelas lideranças passadas e construir pontes. Devem implantar um novo estilo de gestão, voltado para ajudar os colaboradores a realizarem o que são capazes de fazer, criando um ambiente propício à discussão, assegurando a liberação da capacidade criativa, formulando uma visão para o futuro, encorajando, emocionando, treinando, ensinando, facilitando, cultuando o desprendimento e a diversidade, admirando e respeitando as diferenças, e aproveitando as peculiaridades para obter as melhores ações, intenções e soluções.
Embora muita coisa tenha mudado, a necessidade de bons líderes permanece constante. Apenas através de uma liderança excepcional conseguiremos conquistar os níveis de esforço e comprometimento necessários para competir na economia mundial. Os líderes que tiverem sucesso nessa difícil transformação se descobrirão em novos papéis que são muito mais recompensadores, tanto pessoal quanto profissionalmente.
“Enquanto os vencedores comemoram, os perdedores se justificam” (Roberto Shinyashiki).
Extraído do livro: A Arte de Liderar - Vivenciando Mudanças num mundo globalizado
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