Para responder a essa pergunta é necessário regressarmos aos primórdios da emoção e da razão. De acordo com a teoria evolucionista, os pesquisadores nos mostram que com o surgimento dos mamíferos, além de uma nova
fisiologia, surgiu também uma nova relação entre a fêmea e sua cria. A mãe percebeu que era importante conservar por perto e por algum tempo seu filhote para protegê-lo e amamentá-lo. Segundo esses pesquisadores talvez seja essa a raiz da primeira ligação afetiva entre os seres humanos, portanto podemos inferir que os mamíferos são naturalmente seres emotivos.
Milhares de anos depois surgem os primatas e a mais importante novidade trazida por eles em relação aos mamíferos foi o seu cérebro muitíssimo desenvolvido o qual ganhou um acessório que fez toda a diferença é o famoso Córtex.
Esse algo a mais fez com que o seu comportamento sofresse alterações, pois além dos impulsos instintivos e emoções primitivas esse “requintado animal” possuía um mecanismo hi-tech que lhe permitira raciocinar/pensar em estratégias para satisfazer suas necessidades prementes.
O resultado da continuidade dessa evolução foi o surgimento do supra-sumo da espécie: Homo Sapiens, que somos todos nós, animais capazes de comunicar, argumentar e agora muito mais sofisticado, pois consegue ser altruísta, ter compaixão, ser solidário entre tantas outras possibilidades de sentimentos.
Entretanto, apesar de toda sofisticação ainda carregamos no nosso íntimo algumas peculiaridades das criaturas primitivas o que, aliás, têm nos ajudado sobremaneira nesses novos tempos de perigos iminentes. Porque sem essa dose de primitivismo, somente com o nosso valoroso córtex provavelmente não estaríamos lendo esse artigo, considerando que o pensamento requer tempo para processar a mensagem a emoção pura é muito mais rápida. Devido a essa singularidade não podemos desprezar o valor da emoção.
Óbvio que a existência do córtex trouxe muita evolução para o Homo Sapiens, mas as emoções primitivas não deixam de surgir sempre que são evocadas por ex: quando somos ofendidos a primeira reação seria atacar fisicamente o ofensor, mas se contarmos até dez ou às vezes até vinte provavelmente nos ocorrerá uma forma de defesa muito mais brilhante com argumentos convincentes que surtirão um efeito mais eficaz do que simplesmente uma reação instintiva, pois no meio social em que vivemos as reações ponderadas têm uma ótima aceitação.
As diversas sociedades com que convivemos nos cobram decisões e posicionamentos frente à numerosa situações do nosso dia-a-dia, para conseguirmos chegar às decisões mais próximas do correto devemos permitir que a nossa razão se expresse juntamente com a emoção. É a busca incessante do equilíbrio.
Esse alerta é válido para todos os tipos de relacionamentos que mantemos ao longo da nossa existência. Entretanto quero chamar atenção para os profissionais que atuam em telemarketing, pois esses apesar de não terem a visão do cliente conseguem perceber claramente seu estado emocional – normalmente são as emoções primitivas – e é nesse momento que precisam por em prática seus conhecimentos das “técnicas de comunicação” mais especificamente a empatia. Colocar-se no lugar do outro poderá ajudar o operador a manter o seu controle emocional e ainda compreender perfeitamente o que cliente está transmitindo, sem sentir-se ofendido com as possíveis palavras hostis que estiver ouvindo.
É importante o aprendizado do equilíbrio entre o emocional e o racional, pois os extremos não facilitam as nossas relações interpessoais, podendo complicar bastante a comunicação com os nossos interlocutores. Vale ressaltar que os dois aspectos nos acompanham 24horas por dia, portanto nos utilizarmos deles como verdadeiros aliados atuaremos com nossa carga máxima já que podemos lançar mão da emoção para afinarmos nossa razão e a própria razão para tornar nossas emoções saudáveis.
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