Vivemos em um novo século, que está sendo chamado de era da informação e do conhecimento. Todavia, fico extremamente impressionado com o fato de como um ser jurássico chamado chefe, que remonta ao inicio do século passado, ainda perdura firme e imponente em nossas organizações.
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O fato é que o mundo mudou, mas a figura do chefe permanece cultuada e parece que as pessoas ainda não perceberam isso. Eles estão em todos os lugares, sempre autoritários, mandões, arrogantes, egocêntricos e vaidosos. São sempre os donos da razão, não admitem ser contrariados e ouvem apenas aquilo que lhes interessam. Mas tem mais, são centralizadores, não estimulam a inovação e a criatividade de seus funcionários.
Estão sempre prontos à desferir frases feitas do tipo “time que está ganhando não se mexe”. Ganhando o que? É a pergunta que eu sempre faço; se os funcionários nunca ganham um elogio sequer, tampouco um simples agradecimento quando merecem. Pensa o chefe: ele (a) não fez mais que a sua obrigação, ganha para isso. Ah, ia esquecendo, seus funcionários ganham sim, cobranças e mais cobranças. Não é por acaso que 70% dos trabalhadores brasileiros sofrem de estresse, conforme números do psicólogo Floriano Serra, especialista em recursos humanos.
É tempo de despertar.
Proponho que nossas empresas façam uma varredura de chefes e substitua-os por líderes capazes de desenvolverem uma liderança situacional compartilhada, disposta a promover um novo ambiente de trabalho muito mais saudável. Um local onde as pessoas trabalham com prazer e o líder é visto como alguém que é ético e confiam na sua honestidade. Um líder educador e treinador, capaz de estimular seus colaboradores a trabalharem voltados para a missão da organização. Alguém que não ostenta, que aceita as pessoas como elas são e procura tirar o máximo de seu potencial, relegando a um segundo plano os seus pontos fracos. Um ser humano que sabe ouvir quando temos problemas, que não impõe o seu ponto de vista, mas coloca-se sempre a disposição para ajudar naquilo que for possível.
Enfim, é tempo das nossas organizações pensarem em termos de lideres e times.
Minha proposta pode parecer até certo ponto utópica, pois sei que a existência de chefes é uma questão cultural, que eles ainda continuarão existindo por muito tempo, mas sei também que vivemos tempos de mudança e o que proponho é um novo caminho que nossas empresas podem passar a trilhar. Um ideal a ser perseguido.
As empresas que fizerem esta trilha passarão a ser muito mais competitivas e vencedoras, diferenciadas pelo fator humano, afinal seus colaboradores terão encontrado sólo fértil para oferecer seus serviços com uma qualidade superior à concorrência que porventura insistir no velho modelo de gerenciamento de pessoal.
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Idacil Santos do Amarilho ([email protected] ) é formado em Administração de Empresas, gaucho de Jaguarao, 51 anos, reside em Porto Alegre e funcionário do Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul). Nesta instituição financeira atua na Unidade de Controladoria, tendo trabalhado em outras areas do Banco como líder de equipes e participado da concepção e elaboração de importantes projetos, dentre eles: Treinamento em Gestão Administrativa e Plano de Carreira homologado pelo Ministerio do Trabalho, bem como em programas voltados para Area da Saude e Gestão da Qualidade. (Atualizado em 9/12/2006)
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