Entre várias opções de restaurantes que já conhecíamos, escolhemos um e fomos. Lá, os primeiros cinco minutos foram dedicados a um animado papo. Os cinco minutos seguintes, foram dedicados a ziguezaguear o olhar tentando descobrir qual garçon seria o nosso, dentre os que zuniam entre as mesas, como se fossem bolinhas de pinball. Chegamos aos quinze minutos após espanar o ar várias vezes, então esquecidos que a maioria dos garçons, aos domingos, são acometidos por misteriosos problemas visuais - as retinas ficam estateladas e eles só enxergam o que está, em linha reta, a menos de 1 metro de seus rostos - a visão periférica fica totalmente bloqueada!... Assim, na linha limite de vinte minutos da nossa paciência, um deles, a uma razoável distância de nós, olhou para o nosso lado e logo fizemos aquele sinal característico de quem já está entregando os pontos. Foi aí, nesse exato instante, que ele, carrancudo, nos pediu “mais cinco minutos apenas”... Nem foi preciso falar nada, saímos da mesa como se molas ocultas nas cadeiras tivessem nos expulsado dali.
Irritados e famintos, fomos para o restaurante ao lado, novo no pedaço. A decoração era agradável, resolvemos arriscar embora estivesse lotado. Antes que puxássemos as cadeiras para sentar, dois garçons “materializaram-se” ao nosso lado, logo puxando as cadeiras para sentarmos. Até agora não conseguimos descobrir de onde eles saíram... Gentilmente, perguntaram se desejávamos beber algo e, em menos de três segundos, desapareceram. Sorrimos. Em menos de dois minutos minha bebidinha apareceu acompanhada por mais outras duas da mesma marca, mergulhadas em um lindo balde de gelo trazido por um garçon sorridente com outro garçon atrás, que trazia as demais bebidas. Abrimos um largo sorriso, emudecidos, tanto pela prontidão no atendimento quanto pelo visual do balde, enorme, brilhante, chique!
Fomos servidos e recebemos os cardápios. Fizemos nosso pedido e, pasmem, em dez minutos tudo chegou, quente de queimar a boca e apresentado com um visual que dava até pena de desmontar para comer. Parecia comida preparada para foto de revista de gastronomia... Era a picanha mais bonita que já vi em minha vida!
No final ninguém pensava em sobremesa, mas a forma como nos foi apresentada foi irresistível. Lógico, comemos - e estava deliciosa. Quando nos perguntaram se queríamos café, mais uma surpresa - não era café expresso! Uau, aquilo foi o máximo... Tomamos um café que parecia ter sido feito na cozinha de nossas casas... Ma-ra-vi-lho-so e acompanhado de chocolate de menta! Mais incrível ainda foi a conta ter sido menor do que aquela que estávamos acostumados a pagar no restaurante ao lado, onde mofamos esperando atendimento e onde, certamente, não vamos voltar nunca mais!
Este é um caso real onde estão inseridas todas as regras de atender bem, ter diferencial, oferecer benefícios, agregar valor, ganhar cliente e perder cliente... Pena que não seja possível divulgar o nome do restaurante dos baldes de gelo brilhantes porque pareceria publicidade mas, ora pois, se alguém tiver a curiosidade de perguntar, pode escrever que eu digo qual foi, com prazer!
Até lá!
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