Mãe
© 2005 Solange Parpinelli Breder

 

Não se permita cruxificar
Em nome da santidade imposta
O milagre é de quem criou a luz

Há tempo para tudo
Que estiver no seu tempo
É hora de você se descobrir
E deixar-se chover pra fora

Ouse o alívio de tirar o véo
E enxugar o pranto

O encanto é ilusório e tóxico
Embriaguez é como canções de ninar
Espanta o medo do bicho-papão
Amortece não deixando reagir
Anula o querer do coração

Classificam-na de Maria

Esqueceram-se do seu nome
Não do papel que deves desempenhar

Lembre-se, és, simplesmente, Maria-mulher
Mulher como Deus a fez no seu querer
Portanto não reprima seus desejos
De só mulher querer ser

Toque-se
Deixe-se ser tocada

Talvez a distância venha a ser interrompida pela morte
Dúvida que a impulsiona e liberta
Com a volúpia de romper barreiras
Partindo sem hesitação
De peito aberto em direção à vida
Criando sua história, liberando sua emoção.

 
Solange Parpinelli Breder ([email protected]) - Escritora e diretora da Callmunity, atua na área de Qualidade e Responsabilidade Social.
Visite seu blog em www.voxactiva.com.br

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